Deixa eu te contar a história da "Mariana Promovida".
Mariana acabou de receber a promoção que ela queria há anos. Ela trabalhou duro, entregou resultados incríveis e todo mundo na equipe a admira. O chefe dela disse: "Ninguém merecia mais do que você".
Por fora, ela sorri e agradece. Por dentro? Pânico total.
Uma vozinha cruel sussurra no ouvido dela: "Foi sorte. Eles cometeram um erro. A qualquer momento, eles vão descobrir que você não sabe nada. Você é uma fraude."
Essa vozinha tem um nome. E ela é uma péssima companhia. O nome dela é Síndrome do Impostor.
Ela adora aparecer bem na hora de um novo desafio, de uma conquista, só pra tentar roubar a nossa paz. É um parasita mental.
Mas a boa notícia é que a gente pode (e deve) aprender a colocar essa voz no mudo. Hoje, vamos entender o que é essa síndrome e, o mais importante, aprender 7 estratégias práticas para mostrar pra ela quem é que manda.
Primeiro, o mais importante: a Síndrome do Impostor não é uma doença ou um transtorno mental diagnosticado. Você não "tem" isso como se fosse uma gripe.
É um padrão de pensamento. Um fenômeno psicológico.
É aquela sensação persistente de que você não é boa o suficiente, de que suas conquistas são fruto de sorte, acaso ou de ter "enganado" todo mundo, e que a qualquer momento você será desmascarada como uma fraude.
E o mais irônico? Ela ataca principalmente pessoas de alto desempenho. Pessoas competentes, inteligentes e esforçadas.
O termo foi cunhado pelas psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes em 1978. Em seu artigo original, elas descreveram o fenômeno após observarem um padrão em mulheres bem-sucedidas que, apesar de todas as evidências externas de suas competências, se sentiam como impostoras.
Ou seja, se você se sente assim, isso provavelmente é um sinal de que você é boa no que faz, e não o contrário. Bizarro, né?
Ok, entendemos o monstro. Agora, como a gente luta contra ele? Não é na base da força, é na base da estratégia.
Quando aquela voz começar a sussurrar no seu ouvido, não a ignore nem brigue com ela. Dê um nome ridículo pra ela. "Ah, lá vem a Zezé do Pessimismo de novo." ou "Oi, Clotilde, não pedi sua opinião hoje."
Ao personificar e ridicularizar a voz, você cria uma separação. Ela não é você. Ela é só uma visita chata e repetitiva. Isso tira o poder dela.
A Síndrome do Impostor odeia fatos. Ela vive no mundo do "eu sinto que sou uma fraude". O seu trabalho é combatê-la com dados.
A Síndrome do Impostor prospera no silêncio e no isolamento. Ela te convence de que só você se sente assim.
Mentira.
A gente vive comparando os nossos bastidores bagunçados com o palco perfeitamente iluminado dos outros no Instagram e no LinkedIn.
É uma comparação desleal e uma receita para se sentir um lixo.
A Síndrome do Impostor muitas vezes anda de mãos dadas com o perfeccionismo. O medo de não entregar algo 1000% perfeito nos paralisa.
Quando alguém te elogia, qual a sua primeira reação?
Se você respondeu "b", bem-vinda ao clube. Minimizar nossas conquistas é dar comida para o monstro da impostora.
Na minha opinião, esse é o "reframe" mais poderoso de todos.
Você só se sente uma impostora quando está saindo da sua zona de conforto. Num emprego novo, num projeto desafiador, aprendendo uma nova habilidade. Se você estivesse fazendo a mesma coisinha fácil de sempre, não sentiria nada disso.
O sentimento de "impostora" é, na verdade, a dor do crescimento. É a prova de que você está se desafiando. Abrace-o como um sinal de que você está no caminho certo.
1. A Síndrome do Impostor é o mesmo que baixa autoestima?
Não exatamente. Você pode ter uma boa autoestima geral e ainda assim sentir a Síndrome do Impostor em áreas específicas, como no trabalho. A síndrome é mais ligada à percepção sobre suas competências e conquistas, e não sobre seu valor como pessoa.
2. Homens também sentem isso?
Com certeza! Embora os estudos iniciais tenham focado em mulheres, hoje se sabe que o fenômeno afeta homens e mulheres em igual medida, especialmente em ambientes de alta pressão e competitividade.
3. Como diferenciar a Síndrome do Impostor da autocrítica saudável?
A autocrítica saudável é baseada em fatos e te ajuda a melhorar. Ex: "Eu poderia ter preparado melhor essa apresentação". A Síndrome do Impostor é baseada em sentimentos irracionais e te paralisa. Ex: "Eu sou uma farsa, eles vão me descobrir, não sou capaz de fazer essa apresentação".
4. Isso tem cura?
Como não é uma doença, não tem "cura". É um padrão de pensamento que você aprende a gerenciar e a silenciar. Com o tempo e a prática dessas estratégias, a voz fica cada vez mais baixa e você aprende a não dar mais atenção a ela.
5. Terapia ajuda a lidar com a Síndrome do Impostor?
Demais! Um bom terapeuta pode te ajudar a identificar as raízes desses sentimentos (muitas vezes ligados à infância e à dinâmica familiar) e a desenvolver ferramentas cognitivas para reestruturar esses pensamentos de forma muito eficaz.
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